Paramount Maverick é capaz de aguentar disparos de armas antiaéreas, granadas e custa até R$ 1,5 milhão

De início, foram vendidas oito unidades. Dessas, quatro vão ser usadas pelo BOPE, enquanto as outras serão divididas igualmente entre a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil do Rio e pelo Batalhão de Polícia de Choque. Ao contrário dos antigos blindados usados também no transporte de valores, o Maverick foi criado desde o início para ser um veículo de caserna.
Para começar, tem blindagem bem mais parruda. O fabricante da África do Sul (um dos maiores produtores de armamentos do mundo) não brincou em serviço: o modelo básico agüenta disparos de calibre 7.62 mm, usado por armas como o FAL (Fuzil Automático Leve) e também de 12,7 mm ou .50 (usada por metralhadoras estacionárias como a Browning M2). Lembrando que ambas armas são usadas em assaltos a carro forte, situação na qual os seguranças costumam se render diante do ataque pesado. Mesmo o teto tem esse nível de blindagem. “A guerrilha urbana costuma atacar de cima de lajes e prédios, assim não há penetração de projéteis”, afirma Andrew Charter, Executivo de Desenvolvimento de Negócios da Paramount. Todo esse poderio ajuda a explicar o preço que varia entre US$ 450 mil e US$ 800 mil dependendo das especificações, algo entre R$ 888 mil e R$ 1,57 milhão.

Além disso, a construção é monobloco e não chassi sobre cabine, o que abriu espaço para levar até 12 homens dentro da carroceria de seis metros de comprimento. A motorização, por sua vez, fica a cargo de um turbodiesel Cummins 6.7 de seis cilindros, capaz de gerar 300 cv de potência e 112 kgfm de torque, capaz de levar o peso de até 15 toneladas até 120 km/h de velocidade máxima. A transmissão é automática para não perturbar o motorista em situações tensas. A marca ressalta a resistência do conjunto. Segundo a Paramount, o motor é capaz de funcionar em aceleração máxima por 24 horas, além de resistir a três milhões de quilômetros sem pedir água. A autonomia basta para até 700 km.

Nem mesmo terrenos acidentados podem parar o blindado. Embora não se destaque tanto pelos ângulos de entrada (27º) ou saída (30º), o veículo tem tração integral com reduzida e bloqueio de diferencial dianteiro, central e traseiro. Tudo sem perder o conforto a bordo. Além do espaço razoavelmente folgado para até 12 policiais, o Maverick tem como opção uma usina de força interna que pode funcionar independentemente e alimentar o sistema de ar-condicionado, uma arma tática diante do calor carioca. Tal como todo o resto, o interior foi pensado exclusivamente para combate. Há um sistema de extração de ar para sugar a fumaça gerada pela pólvora dos disparos feitos de dentro do carro. Além disso, as grades no chão impedem que os combatentes escorreguem nas cápsulas ejetadas pelas armas. “E também impedem que escorreguem no sangue de algum ferido”, explica Andrew.
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