quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Caso Adrielly: chefes que estavam no hospital na noite de Natal deverão ser indiciados

Segundo a polícia, eles sabiam da troca ilegal de plantões e não impediam a prática
André Paino, do R7
Paulo Araújo / Ag. O Dia
Adrielly
Adrielly esperou cerca de oito horas para cirurgia e morreu dias
depois
A delegada Izabela Santoni, da Delegacia Fazendária, informou na noite desta quinta-feira (17) que outros médicos do Hospital Municipal Salgado Filho poderão ser indiciados pelo caso da demora no atendimento à menina Adrielly, que aguardou oito horas para ser atendida após dar entrada na unidade de saúde com um tiro na cabeça. Na tarde desta quinta-feira, o neurocirurgião Francisco Doutel admitiu que fazia os plantões de Adão Crespo Gonçalves. Adrielly morreu no último dia 4.
— Doutel falou que todos os chefes do hospital sabiam da prática de troca de plantões. Por isso quero ouvir todos eles nos próximos dias e, se for comprovado que eles não impediam a prática criminosa de troca de plantões, eles também serão indiciados.
Segundo a delegada, Doutel recebia a quantia integral do salário pago ao neurocirurgião Gonçalves. Ele dividia o plantão com Carlos Augusto Borges, que se aposentou em setembro. De acordo com o depoimento, por temer fazer o plantão sozinho, Doutel parou de trabalhar no lugar de Gonçalves, que, ainda assim, assinava a folha de ponto. Desde então, o hospital está sem neurocirurgiões nos períodos que cabiam a Adão Crespo Gonçalves. Ainda segundo a delegada, nas faltas de Francisco Doutel, Carlos Augusto Borges ficava sozinho no plantão e recebia como substituto.
Gonçalvez e Doutel foram indiciados por falsidade ideológica e estelionato contra a administração pública. Gonçalvez também foi indiciado por omissão de socorro, por ter faltado ao plantão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário