segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Governo do RJ não comenta ameaças de morte ao deputado Marcelo Freixo


Questionada pelo JB  a respeito de uma suposta contradição sobre ter ou não conhecimento das ameaças de morte feitas ao deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), a Secretaria de Segurança do RJ disse que não comentará o assunto, mesmo depois que um documento oficial exibido pelo cineasta José Padilha - diretor de Tropa de elite - garante que a secretaria não recebeu qualquer informação sobre planos para assassinar Freixo. No entanto, o deputado afirma ter recebido um telefonema do próprio secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, se solidarizando a respeito das ameaças.
A nota foi exposta por Padilha em ato público na sede fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) para chamar a atenção às ameaças de morte recebidas por Freixo.
"O próprio Beltrame me ligou, preocupado com a minha situação", garantiu Freixo. "Tem algo muito estranho acontecendo". 
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Freixo é o candidato do PSOL nas eleições para prefeito do Rio em 2012. Em seu discurso de encerramento, ele afirmou repudiar a informação de que a Secretaria de Segurança desconhece a ameaça: 
“É com a vida de quem que eles vão brincar? Com a minha é que não é”, disparou.
Em seu pronunciamento no ato público, o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) questionou a ausência de representantes do governo estadual. 
“A assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança dizer que não tem ameaça ao Marcelo é um escândalo", destacou Alencar.
O mesmo apelo foi feito por outros oradores, que colocavam em cheque a preocupação das autoridades com a gravidade da situação das milícias. 
"Negligência"
Em declaração ao JB,  Freixo classificou como "completamente negligente" a atuação do governo estadual no combate às milícias. Ele insistiu que as autoridades respondam as questões levantadas na CPI das Milícias, e se concentrem nelas para tentar diminuir o poder dos milicianos.
"(O ato) é uma resposta a eles (que o ameaçaram de morte) que acham que podem estabelecer preço à vida alheia porque a deles não vale nada. R$ 400 mil pela minha vida? Ela não tem preço”, destacou Freixo.
O deputado frisou ainda que nos últimos dez dias recebeu cinco ameaças de morte, quatro oriundas do disque-denúncia, e uma da inteligência da subsecretaria de segurança. 
“Eu tenho proteção, mas e as pessoas que convivem com a milícia todos os dias e não têm?”, questionou.
Artistas e parlamentares comparecem 
Muitas pessoas compareceram ao evento ocorrido na OAB-RJ. Entre elas, parlamentares, como os deputados estaduais Luiz Paulo (PSDB-RJ), Janira Rocha (PSOL-RJ) e Wagner Montes (PDT-RJ), além dos atores Wagner Moura, André Ramiro e Camila Pitanga. O desembargador Siro Darlan também estava presente e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, enviou uma carta de apoio a Marcelo Freixo. 

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