
O corpo do sushiman Josimar dos Santos, uma das três vítimas fatais da explosão,
foi enterrado no cemitério de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro
foi enterrado no cemitério de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro
O delegado assistente da 5ª DP do Rio de Janeiro, Antônio Bonfim, afirmou nesta segunda-feira que o vazamento de gás no restaurante Filé Carioca pode ter começado dias antes da explosão. A empresa que seria responsável pela manutenção do gás trocaria três cilindros por semana. Segundo o delegado, a última troca, que pode ter originado o episódio, ocorreu no dia 11 de outubro, dois dias antes do acidente. Amaral depôs por cerca de quatro horas e saiu escoltado por seis policiais sem dar declarações à imprensa.
De acordo com o delegado, os funcionários tinham o hábito de fumar no subsolo do restaurante. Ele confirmou também que os cilindros com gás ficavam em ambiente fechado e pequeno, fora de vista, ventilado apenas por um exaustor. Conforme o proprietário Rogério Amaral disse, segundo o delegado, a responsabilidade sobre a manutenção do gás era de uma firma contratada em 2008. Além disso, o equipamento, como mangueiras e conexões, pertenceriam à firma.
Veja a fachada do restaurante antes e depois da explosão:
No depoimento, que durou aproximadamente quatro horas, o proprietário do Filé Carioca afirmou que um cozinheiro do restaurante, identificado apenas como Antônio, ligou momentos antes da explosão para a mulher do proprietário e avisou que o gás vazava. Em seguida, a mulher teria solicitado que o funcionário tomasse uma série de procedimentos, entre eles que não deixasse ninguém entrar no estabelecimento. O delegado disse ainda que a perícia verificou que os botijões estavam abertos, sendo que um vazava mesmo após a explosão.
Alvará
Amaral afirmou, conforme Bonfim, que o contador da firma fez todo o procedimento para a obtenção do alvará. Dessa forma, o proprietário não sabia da proibição de armazenar gás no local e que nunca fora notificado quanto aisso.
Amaral afirmou, conforme Bonfim, que o contador da firma fez todo o procedimento para a obtenção do alvará. Dessa forma, o proprietário não sabia da proibição de armazenar gás no local e que nunca fora notificado quanto aisso.
De acordo com o advogado do dono do restaurante, Bruno Castro, ao expedir um alvará para um restaurante, mesmo que temporário, a prefeitura estava ciente do manuseio do gás no local. "Restaurante que tinha alvará provisório está regular. A prefeitura jamais daria autorização, se o estabelecimento não pudesse funcionar", afirmou. O advogado relatou que a manutenção do gás era feita por uma empresa terceirizada e reconheceu que o restaurante possuía pendências junto à prefeitura, mas garantiu que elas sempre foram cumpridas. O Filé Carioca havia sido multado duas vezes, uma por causa de um toldo e outra em decorrência de um problema com uma salada servida.
O delegado afirmou não ter dúvidas que o gás era do restaurante. Segundo Bonfim, o inquérito está avançado, mas ainda é necessário ouvir uma série de depoimentos. Dezesseis pessoas já falaram à polícia, que pretende ouvir mais cinco nesta semana. Elas compreendem dois engenheiros responsáveis pela remoção dos escombros, o contador e o gerente do restaurante.
"Precisamos saber do Jorge (Amaral, gerente do Filé Carioca e irmão do dono), qual procedimento foi tomado logo antes da explosão", disse o delegado. Ele afirmou que vai mandar um médico perito à residência do gerente para verificar se suas condições de saúde o impedem de ir à delegacia, conforme afirma.
No domingo, um grupo de peritos e agentes da Polícia Civil retirou seis cilindros de gás dos escombros do restaurante. Também foi retirada uma válvula que abastecia os botijões. Todo o material recolhido foi levado para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli para perícia. Segundo Castro, os cilindros ficavam no subsolo do estabelecimento, em uma área arejada. Ele afirmou que os cilindros não eram trocados, mas sim recarregados por um caminhão.
Explosão
A explosão ocorreu na manhã de quinta-feira no restaurante Filé Carioca, que funciona no térreo do edifício Riqueza, na altura do número 9 da rua da Carioca, em frente à praça Tiradentes, centro do Rio de Janeiro. Três pessoas morreram e outras 17 ficaram feridas.
A explosão ocorreu na manhã de quinta-feira no restaurante Filé Carioca, que funciona no térreo do edifício Riqueza, na altura do número 9 da rua da Carioca, em frente à praça Tiradentes, centro do Rio de Janeiro. Três pessoas morreram e outras 17 ficaram feridas.
As três vítimas fatais foram identificadas como Severino Antônio, chefe de cozinha do restaurante; o sushiman Josimar dos Santos Barros e Matheus Maio Macedo, 19 anos, que passava em frente ao local. Quatro feridos permanecem internados, três no Hospital Souza Aguiar e um no Miguel Couto.
O comandante da Guarda Municipal, coronel Lima Castro, apontou um vazamento de gás como a possível causa da explosão. De acordo com ele, um botijão de gás ficou aberto na noite anterior e, quando o chefe de cozinha chegou pela manhã e acendeu a luz, houve a explosão. O homem teve o corpo arremessado até o outro lado da rua e foi parar na praça Tiradentes.
Veja local onde ocorreu a explosão antes do acidente:
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