terça-feira, 23 de agosto de 2011

Preso com lista de extermínio que incluía juíza vai a júri popular



Portal Terra
Juíza foi encontrada morta na madrugada de sexta-feira
Suspeito de chefiar um grupo de extermínio em São Gonçalo (RJ), Wanderson da Silva Tavares, conhecido como "Gordinho" e preso em janeiro deste ano em Guarapari (ES), com uma lista em que a juíza Patrícia Lourival Acioli constava entre 12 pessoas marcadas para morrer, irá a júri popular. Acioli foi executada com 21 tiros em 11 de agosto. Tavares responderá por homicídio qualificado, extorsão mediante sequestro seguida de lesão corporal grave e ocultação de cadáver, todos com agravantes, em função da morte do traficante Antonio Carlos Fernandes, o "Bueiro", em setembro de 2010.
A decisão do juiz Fábio Uchôa, em exercício no 4º Tribunal de Júri de São Gonçalo, foi proferida na segunda-feira. Ele também manteve a prisão preventiva do réu para assegurar a ordem pública e a conveniência da instrução criminal. Segundo ele, o réu demonstra possuir intensa periculosidade, sendo apontado como participante de um grupo de extermínio do qual participam outros policiais militares.
"Não há dúvida de que as testemunhas que serão ouvidas na segunda fase do processo se sentirão mais seguras para prestarem declarações de forma isenta, sem temerem sofrer qualquer influência por parte do acusado, se o réu permanecer acautelado", disse o magistrado.
De acordo com a denúncia do Ministério Público estadual, Tavares e Alexsandro Horffam Lopes, o "Zumbi", cujo processo foi desmembrado, sequestraram Fernandes para obterem R$ 15 mil, além de armas, como condição para sua libertação.
Durante o seqüestro, os acusados provocaram na vítima lesões corporais de natureza grave através de tortura praticada com choques elétricos, espancamento com um machado e um cassetete de madeira e queimaduras provocadas com uma colher. Ainda segundo o MP, após a tortura, uma terceira pessoa efetuou disparos de arma de fogo contra Fernandes, causando sua morte. Gordinho e Zumbi teriam ocultado o cadáver da vítima em local ermo.
Juíza estava em "lista negra" de criminosos
A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.
Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

Nenhum comentário:

Postar um comentário