segunda-feira, 5 de abril de 2010

Diretora de escola tenta apartar briga e é agredida por alunos

Caso foi em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro


O que deveria ser um dia normal de aula se transformou em uma praça de guerra na Escola Municipal General Humberto de Souza Mello, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, onde uma professora foi agredida. O Sindicato Estadual de Profissionais de Educação (Sepe) informou que agendou para a próxima terça-feira (6) uma audiência com a Secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, para discutir o assunto.

Segundo o Sepe, após uma briga entre alunos de 12 a 17 anos, a diretora foi alvo de socos e pontapés na semana passada. Assustada e com problemas psicológicos, a funcionária pediu afastamento da unidade de ensino. Desde o episódio, no último dia 30, o colégio só retomou as aulas nesta segunda.

Segundo pais de alunos, há dois anos um aluno foi morto na porta do mesmo colégio após uma briga entre estudantes.

Como foi

De acordo com alunos, a confusão teria começado quando a diretora tentou separar uma briga entre alunos do 6º ao 9º anos do ensino fundamental.

“Ela tentou apartar uma briga e, sem querer, empurrou um aluno. A situação piorou quando ele ligou para a mãe, que veio aqui na escola e bateu na diretora. Depois disso, outros alunos também se rebelaram e quebraram toda a escola”, contou uma aluna que preferiu não se identificar.

“Ela tentou separar uma briga de duas crianças e um terceiro aluno problemático se meteu. Ele chamou a mãe, que trouxe com ela umas dez pessoas da comunidade onde mora. Eles insuflaram os alunos. Tivemos que nos esconder da cozinha. Quando a diretora foi tentar ligar para a polícia, essa mãe arrancou o fio do telefone e a ameaçou de morte”, detalhou uma professora, que também preferiu manter o anonimato.

Exigências

De acordo com o Sepe, entre os assuntos a serem discutidos com a secretária de Educação nessa audiência, estão melhores condições de trabalho. “Queremos diminuir o número de alunos por sala de aula. Também pedimos a volta da figura do agente-educador, que era o antigo inspetor", Susana Gutierrez, diretora do sindicato.

O Sepe pretende ainda denunciar a falta de condição de trabalho ao Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Assembléia Legislativa e Câmara dos Vereadores. Caso foi registrado na 20ª DP (Vila Isabel). Segundo pais de alunos, apenas nesta segunda a secretaria de Educação colocou um guarda municipal dentro da escola.

Procurada pela equipe do G1, a Secretaria municipal de Educação não se pronunciou sobre o assunto.

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