Manifestação reuniu cerca de 100 manifestantes, entre barqueiros, estudantes e moradores de comunidades quilombolas, indígenas e caiçaras; maioria protesta contra a concorrência das escunas
PUBLICADO EM 06/07/13 - 15h03
Um protesto na manhã deste sábado, 6, reuniu cerca de cem manifestantes, a maioria barqueiros, e bloqueou o cais de Paraty. Havia também estudantes e representantes do Fórum das comunidades tradicionais - quilombolas, indígenas e caiçaras. Entre as reclamações, a concorrência das escunas, que levam mais passageiros e cobram preços mais baixos, valores que os donos de barcos pequenos dizem ser impossível de acompanhar. A segurança do cais e a preservação ambiental também foram lembradas.
A segurança foi reforçada. Segundo o tenente coronel Schalioni, comandante do 33.º batalhão, 50 policiais estão na cidade - sem os protestos, seriam 12. "Estamos com a força de choque embarcada num ônibus, mas esperamos não precisar usar", disse. Do cais, os moradores sairiam para uma passeata com paradas na rodoviária, Câmara dos vereadores, tenda da Flip e prefeitura, onde entregariam um manifesto ao prefeito Casé.
"Todo mundo tem o direito de protestar, mas existe também o direito de ir e vir. Tem momentos em que quero ir a uma passeata, como fiz no Rio, mas tem outros em que quero usufruir do meu direito de lazer", protestou a professora carioca Carmen Teresa Elias. Ela está na cidade para participar da Flip e aproveitaria a manhã de hoje para um passeio pelas ilhas da região, mas foi impedida por causa do protesto.
"Se você comprou passagem, volte para a pousada e peça seu dinheiro de volta", gritava um dos manifestantes, orientando os turistas. E repetia a frase em inglês. "O cais está fechado para a segurança de vocês", explicou.
Um grupo de visitantes que veio de Fortaleza para o festival literário também teve o passeio frustrado. "O protesto é justo. Se perdermos o passeio, tudo bem. Mas desde que devolvam o dinheiro", disse a psicóloga Socorro Abreu. Já a professora Ana Célia compreendeu que se tratava da "sobrevivência dos nativos da região". E disse: "As reivindicações são legítimas e o protesto tem que ser respeitado".
Esta é a terceira manifestação realizada em Paraty nas últimas semanas. Os protestantes já conseguiram a diminuição no preço da passagem de ônibus, de R$ 3,70 para R$ 3,40, mas ainda esperam chegar a uma tarifa na casa dos R$ 2. Hoje, no entanto, a pauta era mais ampla: segurança, melhores condições de saúde e educação e maior fiscalização e reformas no cais, um dos principais pontos turísticos da cidade.
Os manifestantes encontraram neste sábado de Flip, tradicionalmente o dia mais cheio do evento, um importante palco E sobrou também para o evento: "Na cidade da Flip, as crianças não sabem ler", disse um dos participantes. Outro morador reclamou que a única mesa do evento destinada à população - que é grátis e geralmente debate questões relacionadas a políticas públicas para cidades - é realizada num dia de semana em horário comercial. "Como vamos participar?", disse o barqueiro. Laura Maria, única pessoa que quis se identificar, moradora do quilombo Campinho da Independência, pediu que a Flip pensasse mais no povo da cidade. "Ficamos na rebarba da Flip. O paratiense só trabalha para o evento, mas queremos nossa juventude nos debates."
A segurança foi reforçada. Segundo o tenente coronel Schalioni, comandante do 33.º batalhão, 50 policiais estão na cidade - sem os protestos, seriam 12. "Estamos com a força de choque embarcada num ônibus, mas esperamos não precisar usar", disse. Do cais, os moradores sairiam para uma passeata com paradas na rodoviária, Câmara dos vereadores, tenda da Flip e prefeitura, onde entregariam um manifesto ao prefeito Casé.
"Todo mundo tem o direito de protestar, mas existe também o direito de ir e vir. Tem momentos em que quero ir a uma passeata, como fiz no Rio, mas tem outros em que quero usufruir do meu direito de lazer", protestou a professora carioca Carmen Teresa Elias. Ela está na cidade para participar da Flip e aproveitaria a manhã de hoje para um passeio pelas ilhas da região, mas foi impedida por causa do protesto.
"Se você comprou passagem, volte para a pousada e peça seu dinheiro de volta", gritava um dos manifestantes, orientando os turistas. E repetia a frase em inglês. "O cais está fechado para a segurança de vocês", explicou.
Um grupo de visitantes que veio de Fortaleza para o festival literário também teve o passeio frustrado. "O protesto é justo. Se perdermos o passeio, tudo bem. Mas desde que devolvam o dinheiro", disse a psicóloga Socorro Abreu. Já a professora Ana Célia compreendeu que se tratava da "sobrevivência dos nativos da região". E disse: "As reivindicações são legítimas e o protesto tem que ser respeitado".
Esta é a terceira manifestação realizada em Paraty nas últimas semanas. Os protestantes já conseguiram a diminuição no preço da passagem de ônibus, de R$ 3,70 para R$ 3,40, mas ainda esperam chegar a uma tarifa na casa dos R$ 2. Hoje, no entanto, a pauta era mais ampla: segurança, melhores condições de saúde e educação e maior fiscalização e reformas no cais, um dos principais pontos turísticos da cidade.
Os manifestantes encontraram neste sábado de Flip, tradicionalmente o dia mais cheio do evento, um importante palco E sobrou também para o evento: "Na cidade da Flip, as crianças não sabem ler", disse um dos participantes. Outro morador reclamou que a única mesa do evento destinada à população - que é grátis e geralmente debate questões relacionadas a políticas públicas para cidades - é realizada num dia de semana em horário comercial. "Como vamos participar?", disse o barqueiro. Laura Maria, única pessoa que quis se identificar, moradora do quilombo Campinho da Independência, pediu que a Flip pensasse mais no povo da cidade. "Ficamos na rebarba da Flip. O paratiense só trabalha para o evento, mas queremos nossa juventude nos debates."
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