Polícia aguarda resultado de perícia para decidir se vai indiciar Guaracamp.
Menina de 3 anos morreu e 16 pessoas ficaram feridas no acidente.
Delegada visitou a obra nesta quarta, mas perícia ficou para quinta-feira
(Foto: Henrique Coelho / G1)
Delegada mostrou a planta do projeto (Foto:
Henrique Coelho / G1)
"A causa do rompimento da adutora foi a utilização de maquinário pesado e os depósitos de entulho no caminho da adutora", disse a delegada. "Por atuação incorreta e negligência, pode-se dizer que esses fatores foram responsáveis pelo rompimento da adutora."
A delegada tem quase como descartada a responsabilidade da Cedae no incidente, mas declarou já ter oficiado um pedido para ouvir os diretores da companhia ainda esta semana. Tatiane visitou a obra na tarde desta quarta-feira, mas a perícia feita engenheiros do Instituto de Criminalística Carlos Éboli será realizada na manhã desta quinta.
O crime de homicídio culposo seria a morte de Isabela. A morte, segundo o laudo cadavérico, ocorreu por afogamento. O crime ambiental, de acordo com a delegada, foi em maio de 2013, quando várias árvores da região foram cortadas para recapeamento.
Os diretores da Guaracamp haviam prometido aparecer na 35ª DP à tarde, mas não foram. Eles serão novamente chamados nesta quinta-feira. Caso não respondam, os diretores receberão um mandado de condução judicial. Procurada pelo G1, a empresa disse que vai se pronunciar.
Também está marcado o depoimento dos diretores de engenharia da R&G Projetos para as 11h desta quinta-feira (1º).
Apesar de funcionários da Guaracamp terem dito que as obras no terreno não seriam da empresa, a delegada encontrou as plantas na manhã desta segunda, que dizem claramente que o terreno pertence à empresa. "As adutoras, inclusive, são mencionadas na planta", disse ela, que garantiu ainda estar investigando se existia autorização para o projeto.
As informações foram colhidas também por depoimentos de 12 moradores até as 17h desta quarta, além de sete feridos no rompimento da adutora. "Há sinais também de rodas de máquinas pesadas e de depósitos de entulho no caminho da adutora, o que comprova o depoimento dos moradores" disse a delegada. "Não se entende o porquê, mesmo sabendo da existência da adutora, utilizar esse maquinário pesado exatamente por esse caminho", explicou.
Isabela foi enterrada nesta quarta (Foto: Alba
Valéria Mendonça/G1)
"Ela era muito feliz e muito amada. Não sei com vou contar para os coleguinhas que Isabela não vai estar mais com a gente." disse Ana, lembrando que as aulas recomeçam nesta quinta-feira.
Na terça, muito abalado, Fernando dos Santos, pai da criança, disse que ficou sabendo do ocorrido pela TV. "Eu vi o que tinha acontecido pela televisão. Quando eu e meu irmão fomos ver, soubemos que ela [Isabela] tinha ficado presa. Eles [bombeiros] tentaram reanimá-la o tempo todo, mas ela não aguentou. Minha filha ia fazer 4 anos no dia 17 de agosto. Ela era uma criança maravilhosa", disse o auxiliar de farmácia.
"A mãe dela contou que encheu tudo. Os vizinhos ajudaram e tentaram passar pelo muro, mas ele caiu", completou Fernando.
Casas destruídas
O rompimento ocorreu por volta das 6h na altura do número 4.500 da Estrada do Mendanha. Casas e carros ficaram destruídos com a força da água, lançada em um jato que alcançou 20 metros, de acordo com Marcos Djalma, tenente do Corpo de Bombeiros.
Ao todo, segundo a Defesa Civil municipal, a inundação deixou 70 desalojados e 72 desabrigados. Dezessete casas desabaram. As famílias foram levadas para dois hotéis, com custos pagos pela Cedae. Dois inquéritos foram abertos para investigar o rompimento.
Imagem mostra jato d'água formado com rompimento da adutora no Rio
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário