quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Além de UPP com 700 policiais, Rocinha terá cerca de 100 câmeras de monitoramento

Projeto anunciado nesta quinta-feira ainda não tem data para ser implementado
Marcelo Bastos, do R7
UPP Rocinha


Cerca de cem câmeras vão ajudar a monitorar a favela da Rocinha, que recebeu sua UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) por volta das 10h30 desta quinta-feira (20). Segundo o comandante da UPP, major Edson Santos, a tecnologia será um diferencial no patrulhamento da comunidade. O projeto, no entanto, ainda não tem data para ser implementado.

— Havendo qualquer sinal de anormalidade durante o patrulhamento, vamos enviar uma viatura para checar a ocorrência.
A 28ª UPP do Estado tem um efetivo de 700 policiais militares que irão patrulhar 25 subcomunidades na maior favela do Brasil, com cerca de 840 mil m² de extensão territorial. Cerca de 70 mil moradores serão beneficiados. A inauguração acontece seis dias após um policial ser assassinado quando fazia patrulhamento na comunidade.
Ocupada pelas forças policiais desde novembro de 2011 — e desde março de 2012 sendo patrulhada por um efetivo de 408 homens de diversos batalhões operacionais da Polícia Militar — a Rocinha tem no comando da UPP o major Edson Santos, de 38 anos. Ele continuará desenvolvendo o trabalho que já vinha realizando com viés na busca da proximidade com os moradores.
A UPP contará ainda com uma sede própria que será construída no Parque Ecológico e com mais oito bases avançadas que ficarão espalhadas em pontos estratégicos da comunidade. Três bases já estão instaladas: duas na rua Dois e uma na localidade conhecida como Cachopa.
Para o governador Sérgio Cabral (PMDB), apesar da pacificação, a comunidade precisa de atenção contínua.

— A população respira um novo ar, uma nova vida, desde que as forças de pacificação entraram na Rocinha, em novembro de 2011. Mas temos que estar permanentemente atentos.
O coronel Rogério Seabra, coordenador-geral das UPPs, disse que o objetivo é preservar vidas e garantir a aproximação dos policiais com os moradores.

— A retomada é permanente e a polícia foi mais uma facilitadora nesse processo. Para preservar vidas e liberdades, função principal dos agentes policiais, não vamos medir esforços e por isso estamos muito motivados com a oportunidade de estabelecer a proximidade com a população da maior favela do Brasil.
A Rocinha foi a primeira comunidade ocupada pela polícia onde houve disputa entre traficantes rivais pelo controle da venda de drogas, que movimentava até R$ 2 milhões por semana. Além da ocupação pela PM, o chefe do tráfico na região, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso. Cerca de dez pessoas envolvidas na disputa foram mortas, assim como dois PMs. O caso mais recente foi o do soldado Diego Bruno Barbosa Henriques, de 25 anos, morto na última sexta-feira com um tiro no rosto.
Perfil dos comandantes

O major Edson dos Santos está na Polícia Militar há 12 anos. Antes de ser escolhido para comandar a UPP Rocinha ele foi comandante da ocupação na comunidade e trabalhou no Batalhão de Operações Policiais Especiais. Passou pelo 20º BPM (Mesquita) e pela Academia de Polícia Dom João 6º, antes de se tornar um dos coordenadores do Projeto Lei Seca.

O subcomandante da UPP Rocinha é o tenente Neyfson Rodrigues Borges, de 30 anos, há quatro anos a serviço da polícia. Após concluir o Curso de Formação de Oficiais foi para o Bope, no qual ficou por um ano. Atualmente, Neyson cursa Defesa de Gestão Estratégica Internacional na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário