
O corpo de Abrãao da Silva Maximiliano, 15 anos, morto na segunda-feira na Vila Cruzeiro supostamente por militares, foi enterrado na tarde desta quarta-feira no cemitério de Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro. Em meio ao clima de revolta de familiares, o primo do garoto, Wellington Lopes, voltou a dizer que ficou sob a mira do Exército no dia da morte de Abraão. Ele estendeu uma bandeira do Flamengo sobre o corpo do adolescente, lembrando que o primo assistia a todos os jogos enrolado no tecido.
O jovem foi alvejado, de acordo com o Comando Militar do Leste, durante um confronto entre traficantes e militares da Força de Pacificação que ocupam o complexo do Alemão e da Penha desde novembro do ano passado. O delegado José Pedro Costa da Silva, titular da 22ª DP (Penha), que apura o caso, garantiu que o adolescente não tinha passagem pela polícia. Ele afirmou já ter interrogado os oito militares que participaram da ação. Na terça-feira, o Exército recolheu as armas dos militares, que foram afastados das suas atividades, e as enviou para perícia.
O delegado pretendia retornar ainda nesta quarta-feira à Vila Cruzeiro, para dar prosseguimento às investigações. Segundo ele, o prazo para concluir o relatório do caso é de 20 dias. Ele afirmou que quer ouvir os familiares de Abraão e que pedirá a reprodução exata da movimentação dos agentes da Força de Pacificação para buscar entender melhor a situação.
O subsecretário de Direitos Humanos Antônio Carlos Biscaia foi ao sepultamento e disse que oferecerá proteção à família. Os familiares, contudo, falaram que vão recusar a ajuda e não pretendem deixar a comunidade.
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