quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ocupação da Rocinha será concluída até o final desta semana, afirma Cabral


De acordo com o governador Sérgio Cabral, a ocupação da Favela da Rocinha, na Zona Sul, será concluída até o final desta semana. A comunidade receberá a 19ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro. Nesta madrugada, a polícia prendeu o traficante Antônio Bonfim Lopes, conhecido como Nem. Ele é apontado como chefe do tráfico de drogas na Rocinha.
"É mais um passo importante para oferecer paz aos moradores da Rocinha e do Vidigal, em um processo de integração das polícias, que será concluído até o fim da semana", afirmou Cabral.
O governador espera que a entrada da PM na comunidade ocorra de maneira pacífica. "Estamos prontos para tudo, mas esperamos que os marginais que ainda estão lá não reajam e se entreguem às autoridades, para que possamos fazer uma ocupação sem nenhum confronto", afirmou Cabral.
O governador também informou que todos os criminosos presos na operação dos últimos dias na Rocinha e Vidigal, incluindo o traficante Nem, serão mandados para presídios de segurança máxima, fora do estado do Rio. "A Secretaria de Segurança já está providenciando toda a documentação para enviar esses marginais para fora do Rio de Janeiro", ressaltou.
Sobre a prisão do traficante Nem, na madrugada de hoje, Cabral disse que o governo não valoriza determinada pessoa que é presa. "Claro, que é um marginal, líder da organização, mas isso ainda não acabou. A região está cercada", acrescentou.
Cúpula da Segurança comemora prisão
A cúpula da Segurança do Rio falou sobre a prisão do traficante Nem da Rocinha na manhã desta quinta-feira e enfatizou a união de todas as forças envolvidas na operação. O comandante-geral da PM, Erir Ribeiro da Costa, o superintendente da Polícia Federal, Valmir Lemos de Oliveira, o secretário interino de Segurança, Edvald Novaes, e o tenente responsável pela ação, Pinheiro Neto, ressaltaram que a prisão do criminoso mais procurado pela Polícia do Rio começou a ser planejada há mais de um mês.
"Foi a união de todas as forças representadas no Estado. Foi o resultado da política que vem sendo desencadeada há quase cinco anos no Rio de Janeiro e mais um passo na política de pacificação. Os resultados estão aí para serem vistos por todos. A operação ainda não terminou, continua em andamento", disse o secretário interino da Segurança, Edvald Novaes.
"Hoje é um dia muito feliz para a PF e também para a Superintendência, na medida em que podemos sentar em frente à imprensa para divulgar um resultado positivo. O trabalho está em andamento, existe todo um planejamento estruturado. A PF foi convidada a participar desse projeto e estamos satisfeitos pelo convite e pelo fortalecimento das parcerias", afirmou Valmir Lemos de Oliveira, superintendente da Polícia Federal.
O comandante do Batalhão de Choque também comentou a operação e disse que os policiais envolvidos foram orientados a acreditar na missão. "Isso foi fundamental. A guarnição fez a abordagem e teve a atenção despertada pelo carro em que estava o traficante Nem. O tenente não acreditou na história contada pelo homem que se disse cônsul honorário do Congo e decidiu levar adiante a investigação. Acreditou na ocorrência, superou obstáculos, tentativa de suborno ( foram R$ 20 mil inicialmente  e depois R$ 1 milhão), e o tenente responsável falou para o advogado: eu sou um policial e a gente vai para a delegacia da Polícia Federal agora. Você está preso. Ressalto que todos os preceitos foram seguidos". 
De acordo com o comandante, a primeira abordagem foi feita na Avenida Marquês de São Vicente, na Gávea. Chamou a atenção dos policiais o fato de a parte traseira do carro estar muito baixa, como se carregasse algo pesado. Os ocupantes alegaram que havia uma quantidade grande de dinheiro no porta-malas, mas, em seguida, um dos policiais percebeu movimentos, o que indicava que algo estava se mexendo dentro do porta-malas. Foi quando determinaram que o carro deveria ser vistoriado. O ocupante que se identificou como cônsul disse que não permitiria isso, já que tinha imunidade diplomática. Os policiais então determinaram que o veículo fosse encaminhado para a sede da polícia. Na Lagoa Rodrigo de Freitas, o carro parou novamente e os ocupantes passaram a oferecer dinheiro - até R$ 1 milhão. Com a negativa por parte dos policiais, Nem acabou sendo encontrado no porta-malas do carro.

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