Sepultamento contou com forte esquema de segurança
O helicóptero da Rede Record flagrou o momento do enterro do menino Juan, antecipado para o início da noite desta quinta-feira (7), no Cemitério Central de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Inicialmente, o enterro estava marcado para as 9h de sexta (8). A aeronave sobrevoava a região quando percebeu, por volta das 19h15, uma movimentação de viaturas – os veículos faziam a escolta do sepultamento - e passou a acompanhar cada passo do enterro.
A informação de que o enterro era mesmo do menino foi confirmada pela administração do cemitério e pela Polícia Rodoviária Federal, que foi acionada para fazer escolta da família. Parentes do menino integram programa de proteção de testemunhas. Os motivos da antecipação do enterro ainda são desconhecidos.
A criança desapareceu após um confronto da Polícia Militar com supostos traficantes, no bairro Danon, em Nova Iguaçu, no dia 20 de junho. Dez dias depois, foi encontrada uma ossada, na beira do Rio Botas em Belford Roxo, também na baixada. No entanto, só na última quinta-feira (7), houve a identificação oficial dos restos mortais.
Segundo o diretor do Departamento de Polícia Técnica, delegado Sérgio Henriques, a presença de animais no local onde o corpo foi encontrado contribuiu para que restasse apenas a ossada.
Causas da morte
Segundo o diretor do Departamento de Polícia Técnica da Polícia Civil, delegado Sérgio Henriques, não foi possível determinar a causa da morte de Juan. O laudo do exame cadavérico não apontou sinais de fratura ou perfuração por tiro na ossada da criança.
Segundo testemunhas, Juan foi baleado no pescoço. Apesar de a perícia não conseguir determinar a parte do corpo em que o menino teria sido baleado, o fato de não haver fratura pode indicar que Juan tenha mesmo sido ferido no pescoço, uma vez que se trata de uma região com mais músculos e menos ossos.
PMs afastados Após a confirmação da morte de Juan, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, decidiu afastar do Batalhão de Mesquita (20º BPM) os quatro policias investigados pelo desaparecimento do menino. Os PMs agora passam a ficar à disposição da DGP (Diretoria Geral de Pessoal), uma espécie de "geladeira" da corporação, onde vão permanecer até o fim das investigações.
Ainda segundo o comandante-geral da PM, caso se comprove o envolvimento deles na morte de Juan, todos serão expulsos da corporação.
- Se ficar provado que eles tiveram participação no sumiço do menino, os quatro serão expulsos.
O juiz Márcio Alexandre Pacheco da Silva, do 4º Tribunal do Júri de Nova Iguaçu, decretou nesta quarta-feira a quebra do sigilo telefônico de oito policiais do 20º BPM, suspeitos de envolvimento no desaparecimento de Juan. O grupo participou da operação na favela do Danon, onde Juan desapareceu.
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