Adolescentes contaram com ajuda de amigos para voltar ao local da tragédia

Alunos se abraçam durante o retorno à Escola Municipal
Tasso da Silveira
Alunos da escola Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, que voltaram nesta segunda-feira (18) à unidade, foram recebidos com gritos de "bem-vindos" por estudantes da vizinha Escola Estadual Nicarágua. Eles estiveram no local para ajudar na recepção das vítimas do massacre do último dia 7, quando 12 alunos foram mortos e outros 12 feridos pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira. Alguns estudantes precisaram da força dos colegas para voltar ao cenário da tragédia.
O adolescente Igor, de 14 anos, que estuda na 9ª série, estava resistente em voltar à escola, disse sua mãe Cíntia de Moraes Evangelista. O garoto não queria voltar, mas quando telefonou para os colegas de classe e descobriu que os amigos estariam lá , ele aceitou ir ao colégio.
- Se ele continuar bem, eu vou deixá-lo na escola. Se ele não se sentir bem, vou levá-lo de volta para a casa.
Quando chegou à porta da escola, Igor começou a chorar, lembrando-se da manhã no último dia 7. No entanto, quando viu os amigos já no interior do colégio, decidiu entrar, contou a mãe.
Nesta segunda, a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, informou que os estudantes e professores terão acompanhamento psicológico constante e a presença de guardas municipais nas imediações do colégio.
As aulas só vão voltar ao normal daqui a três semanas. Até lá, a escola vai promover atividades esportivas, culturais e artísticas para ajudar na readaptação dos estudantes à escola, após o choque causado pelo massacre.
As salas onde aconteceram os ataques foram remodeladas e vão funcionar como biblioteca e laboratório de informática. A escada onde o atirador foi morto e por onde os estudantes fugiram apavorados começaram a ser pintadas.
Costin também afirmou que a maior parte dos 20 pedidos de transferência foi cancelada e acrescentou que esse número é pequeno frente ao total de 999 alunos matriculados na Tasso da Silveira.
A equipe de guardas municipais que cuidará da segurança nas imediações do colégio já começou a trabalhar nesta segunda-feira. Professores e psicólogos voluntários estão reunidos para definir como colaborar com a retomada das atividades.
Entenda o caso
Por volta das 8h do dia 7 de abril, Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra (a escola completava 40 anos e realizava uma série de eventos comemorativos).
rmado com dois revólveres de calibres 32 e 38, ele invadiu duas salas e fez dezenas de disparos contra estudantes que assistiam às aulas. Ao menos 12 morreram e outros 12 ficaram feridos, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual de Saúde.
Duas adolescentes, uma delas ferida, conseguiram fugir e correram em busca de socorro. Na rua Piraquara, a 160 m da escola, elas foram amparadas por um bombeiro. O sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, lotado no BPRv (Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário), seguiu rapidamente para a escola e atirou contra a barriga do criminoso, após ter a arma apontada para si. Ao cair na escada, o jovem se matou atirando contra a própria cabeça.
Com ele, havia uma carta em que anunciava que cometeria o suicídio. O ex-aluno fazia referência a questões de natureza religiosa, pedia para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento, queria ser enterrado ao lado da sepultura da mãe e ainda pedia perdão a Deus.
Os corpos dos estudantes e do atirador foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio de Janeiro, para serem reconhecidos pelas famílias. Onze estudantes foram enterrados no dia 8 e uma foi cremada na manhã do dia 9.
O corpo do atirador permanece no IML. Ele ficará no local por até 15 dias aguardando reconhecimento por parte de um familiar e liberação para enterro. Caso isso não ocorra, o homem pode ser enterrado como indigente a partir do dia 23 de abril.
Tasso da Silveira
Alunos da escola Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, que voltaram nesta segunda-feira (18) à unidade, foram recebidos com gritos de "bem-vindos" por estudantes da vizinha Escola Estadual Nicarágua. Eles estiveram no local para ajudar na recepção das vítimas do massacre do último dia 7, quando 12 alunos foram mortos e outros 12 feridos pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira. Alguns estudantes precisaram da força dos colegas para voltar ao cenário da tragédia.
O adolescente Igor, de 14 anos, que estuda na 9ª série, estava resistente em voltar à escola, disse sua mãe Cíntia de Moraes Evangelista. O garoto não queria voltar, mas quando telefonou para os colegas de classe e descobriu que os amigos estariam lá , ele aceitou ir ao colégio.
- Se ele continuar bem, eu vou deixá-lo na escola. Se ele não se sentir bem, vou levá-lo de volta para a casa.
Quando chegou à porta da escola, Igor começou a chorar, lembrando-se da manhã no último dia 7. No entanto, quando viu os amigos já no interior do colégio, decidiu entrar, contou a mãe.
Nesta segunda, a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, informou que os estudantes e professores terão acompanhamento psicológico constante e a presença de guardas municipais nas imediações do colégio.
As aulas só vão voltar ao normal daqui a três semanas. Até lá, a escola vai promover atividades esportivas, culturais e artísticas para ajudar na readaptação dos estudantes à escola, após o choque causado pelo massacre.
As salas onde aconteceram os ataques foram remodeladas e vão funcionar como biblioteca e laboratório de informática. A escada onde o atirador foi morto e por onde os estudantes fugiram apavorados começaram a ser pintadas.
Costin também afirmou que a maior parte dos 20 pedidos de transferência foi cancelada e acrescentou que esse número é pequeno frente ao total de 999 alunos matriculados na Tasso da Silveira.
A equipe de guardas municipais que cuidará da segurança nas imediações do colégio já começou a trabalhar nesta segunda-feira. Professores e psicólogos voluntários estão reunidos para definir como colaborar com a retomada das atividades.
Entenda o caso
Por volta das 8h do dia 7 de abril, Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra (a escola completava 40 anos e realizava uma série de eventos comemorativos).
rmado com dois revólveres de calibres 32 e 38, ele invadiu duas salas e fez dezenas de disparos contra estudantes que assistiam às aulas. Ao menos 12 morreram e outros 12 ficaram feridos, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual de Saúde.
Duas adolescentes, uma delas ferida, conseguiram fugir e correram em busca de socorro. Na rua Piraquara, a 160 m da escola, elas foram amparadas por um bombeiro. O sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, lotado no BPRv (Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário), seguiu rapidamente para a escola e atirou contra a barriga do criminoso, após ter a arma apontada para si. Ao cair na escada, o jovem se matou atirando contra a própria cabeça.
Com ele, havia uma carta em que anunciava que cometeria o suicídio. O ex-aluno fazia referência a questões de natureza religiosa, pedia para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento, queria ser enterrado ao lado da sepultura da mãe e ainda pedia perdão a Deus.
Os corpos dos estudantes e do atirador foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio de Janeiro, para serem reconhecidos pelas famílias. Onze estudantes foram enterrados no dia 8 e uma foi cremada na manhã do dia 9.
O corpo do atirador permanece no IML. Ele ficará no local por até 15 dias aguardando reconhecimento por parte de um familiar e liberação para enterro. Caso isso não ocorra, o homem pode ser enterrado como indigente a partir do dia 23 de abril.
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